"Liberation" representa - até agora - a terceira ponta da trilogia ousada, irreverente e criativa de Aguilera, sendo o par restante "Stripped" (2002) e "Bionic" (2010). Este último visto como o início do declínio da popularidade da cantora, que não chega ao topo das paradas desde o disco de som retrô "Back To Basics" (2006). Mas Christina está pouco se importando com números - está focada em encontrar o som de uma mulher de 37 anos que passou por altos e baixos e, acima de tudo, a voz de alguém que busca internamente a força para as adversidades.
Além de contar com produções apuradas e baseadas em batidas hip-hop em vez de harmonias pop, "Liberation" conta com a assinatura de Kanye West, MNEK e outros. Embora contagiante, o som do disco não é o foco, e sim os vocais controlados (em vez dos exageros tão presentes no seu antecessor, "Lotus", de 2012) e as letras. Christina mergulha em um mundo de questionamentos sobre o passado, reflexões atuais de autoconhecimento e esperança para o futuro.
Ainda que represente o melhor de Aguilera até agora, "Liberation" tem deslizes também, como a reggae-inspired "Right Moves", que fica perdida entre as duas mais fortes do disco e soa "bobinha" dentro de um disco tão inspirado.
Tratando-se de um disco de Xtina, é claro que temos interludes ("Dremers", "I Don't Need It Anymore"), que - ao contrário das presentes no "Lotus"- costuram os capítulos e faixas de "Liberation" com a maestria que Aguilera possui desde "Stripped".
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