domingo, 6 de outubro de 2019

Kim Petras encontra todo o glamour e gore do Halloween em Turn Off The Light

Kim Petras é um dos mais promissores nomes do pop. Depois de lançar singles chicletes (incluindo uma parceria com a Paris Hilton) e um álbum completo inspirado na década de 1980, ela liberou na última semana o segundo volume do Turn Off The Light — projeto que serve como celebração ao Halloween. Se no Vol. 1 tivemos um gostinho do que ela é capaz como compositora, temos uma musicista mais madura, com toques de glamour e terror gore, na conclusão do projeto.
A intro, Purgatory, já nos mostra o que esse disco pretende: mergulhar em um mundo sensual, erótico, eletro-pop e exagerado. A primeira faixa com letras, There Will Be Blood, vem carregada de synthpop europeu.
A música traz também sons orgânicos para criar uma atmosfera, o que é uma das principais características de todo o trabalho de Petras. Os vocais da cantora também são algo que chama a atenção, por conseguir gritar, manter as notas e sem precisar de autotune ou vocoders (diferentemente de Charli XCX).

Um dos destaques é Bloody Valentine, que me lembrou muito o Born This Way Remixes. É excitante ver que uma das mais novas e inusitadas vozes do pop moderno ainda investe em interludes como Kim. Faixas como <demons> mostram a vontade de exibir o lado produtora dela, saindo dos moldes da década de 2000, quando tudo era feito sem muito dedo das estrelas da época.




Alguns toques especiais de sonoplastia fazem toda a diferença no trabalho e ajudam a localizar o ouvinte no que está acontecendo nessa fantasia gore. Em Wrong Turn, por exemplo, o início tem barulhos de chave e porta de carro pra falar sobre como o cara tomou um caminho errado ao se apaixonar por ela.
É nesse disco que Kim exibe a capacidade de fazer um pop romântico com letras clássicas em um som esquisito, porém coeso. Os hooks são um charme à parte, com uma homenagem clara a Britney Spears, a rainha da sedução e à dupla francesa Daft Punk.



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Massacre é a faixa mais distraída do disco. A música fica em um limbo (turum tss!) entre o disco Clarity e a proposta do TOTL, sem ser necessariamente assustadora ou, honestamente, interessante.

Pra distanciar ainda mais Massacre do resto do disco, ela antecede a fascinante Knives, que mantém muito do lado orgânico do disco, como já mencionado antes, de trazer elementos realistas e de fácil identificação pra produção da faixa. As facas arranhadas abrem caminho pra um dos interludes mais bem feitos pela equipe de produção (que infelizmente conta com assinatura do Dr. Luke, mas isso é pauta pra outro momento).
O restante do trabalho foi lançado do ano passado, quando Kim ainda ensaiava a criação de um álbum completo. A coleção de músicas conta com momentos ótimos, como Close Your Eyes e a Turn Off The Light, que tem a participação da Rainha das Trevas, Elvira.
Esse projeto também chama a atenção para uma nova era de música digital- uma mais simples e focada nas faixas, sem divulgação física ou produção de clipes. Temos as músicas, e isso é bom o suficiente.


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